A segurança é uma preocupação muito presente no cotidiano das grandes cidades em todo o mundo. Com a crescente onda de golpes em condomínios, essa realidade também passa a afligir os condôminos, e deve ser prioridade na gestão dos síndicos.
Mas, quais são os cuidados que devemos tomar em um lugar teoricamente mais seguro, como o condomínio?
Parece óbvio, mas muitas pessoas — por falta de contato com outros condôminos, entre outras coisas —, não têm ideia das regras de segurança do próprio lugar onde moram. É preciso saber que, por exemplo, todos os visitantes devem se identificar na portaria.
Quando as pessoas conhecem as normas, as chances de nenhuma regra ser burlada são menores e, consequentemente, a probabilidade de algo, no mínimo desagradável, acontecer também diminui.
A partir do momento em que todos os moradores estão conscientes das regras, é imprescindível que elas sejam levadas a sério.
De acordo com o consultor de uma empresa de segurança, José Elias de Godoy, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, entre as atitudes não tão cuidadosas que são comuns e colocam em risco as famílias dos condomínios está a preferência pela entrega, por exemplo, de pizza e outros produtos até a porta do apartamento.
Outro descuido comum, ainda de acordo com o consultor, é permitir que familiares sejam liberados sem identificação na entrada. "Os moradores devem contribuir e não interferir no trabalho do porteiro", disse ele.
Ainda sobre esse ponto de quem deve ser liberado na portaria, é importante que o condomínio tenha um cadastro atualizado dos moradores, prestadores de serviços e colaboradores. O cadastro deve conter dados básicos como nome, RG, apartamento onde mora ou trabalha, marca e placa do próprio veículo.
Caso necessário, inclua um espaço para que visitantes recorrentes possam realizar um cadastro. A implantação de um sistema de crachá para quem não mora no condomínio também pode reduzir os problemas de segurança.
Falamos muito sobre a liberação de pessoas na portaria, mas um elemento primordial nesse processo é o próprio colaborador que trabalha no condomínio. Oriente os colaboradores do condomínio para não permitirem que nenhum prestador de serviços, entregador ou agentes de saúde acesse o condomínio sem comprovada autorização dos serviços, e consequente visita, do síndico, morador ou equipe da administradora.
Outro tipo de treinamento que pode evitar muitas dores de cabeça é o de segurança. Nesse tipo de atividade, o ideal é que não só empregados, mas também moradores, participem.
Uma capacitação dessa natureza deve ser ministrada preferencialmente por um pessoal especializado em segurança. A proposta é que, ao final do curso, as pessoas que participaram entendam as diferentes técnicas utilizadas por bandidos em uma invasão de condomínio.
Quando todos estiverem plenamente cientes de suas funções, será o momento de reforçar o básico. Com o desenvolvimento da tecnologia, existe uma tendência em achar que o investimento em aparatos de última geração é a melhor resposta. Mas será mesmo?
Na verdade, um conjunto de ferramentas fundamentais que funcionam muito bem vale mais do que aquelas altamente tecnológicas e regras muito rígidas.
Mas, afinal, o que é fundamental? Podemos considerar equipamentos básicos para uma boa segurança condominial:
É oportuno ainda realizar testes periódicos para verificar se realmente as imagens estão sendo gravadas no DVR (acrônimo em inglês para Digital Video Recorder), ou similares.
Caso algum serviço que você pretenda contratar insistir em muitos itens, avalie com cuidado. É possível ter mais ferramentas do que essas, mas pondere se não encarecerá demais o condomínio sem um resultado que compense.
Pode parecer invasivo querer ser amigo de um vizinho ou ir além da simpatia e papo de elevador, mas o fato é que estabelecer um diálogo com quem mora próximo pode ajudar na segurança condominial.
Uma iniciativa da Polícia Militar do Estado de São Paulo que começou em um bairro da capital paulistana e se estendeu para outras localidades da cidade tem contribuído para reduzir os índices de crimes praticados em edifícios e residências. O Vizinhança Solidária vem ganhando os moradores que, por meio do programa, se aproximaram dos vizinhos consolidando uma rede solidária de prevenção à segurança.
Por exemplo, você vai viajar e o apartamento ficará vazio? Talvez valha a pena comunicar a um vizinho. Se ele estiver de sobreaviso, qualquer barulho ou movimentação estranha perto da sua moradia provavelmente vai deixá-lo em alerta. Consequentemente, você saberá de qualquer possível incidente. Além de não depender tanto apenas do síndico.
Sendo assim, é bom também participar das assembleias, estar no grupo do condomínio, utilizar aplicativos de mensagens, e socializar com os moradores sempre que possível.
É importantíssimo para os funcionários do condomínio ter acesso aos telefones dos moradores, bem como das empresas prestadoras de serviços em caso de necessidade de confirmação de eventuais representantes desconhecidos, tais como:
SABESP, 195
Comgás, 08000 110 197
AES - Eletropaulo, 0800 72 72 196
Empresa de Segurança
Policia Militar, 190
SAMU, 192
Corpo de Bombeiros, 193
Defesa Civil, 199
Vale a pena prestar atenção em algumas coisas que podem trazer dor de cabeça a você, como, por exemplo, a contratação de uma empresa para a função de segurança. É verdade que esta é uma boa maneira de melhorar a segurança, mas o processo deve ser feito com cuidado.
Se for para contratar um parceiro apenas para reduzir custos, tenha muita atenção, pois as chances de cair em uma cilada são grandes. A qualidade do serviço deve sempre vir em primeiro lugar.
A segurança do condomínio depende da colaboração, compreensão e responsabilidade de todos!