Apesar dos conceitos de reciclagem e coleta seletiva não serem novidade para boa parte da população, eles ainda encontram dificuldade para se estabelecerem na prática. Com uma grande produção de resíduos — recicláveis ou não — os condomínios passaram a ter maior responsabilidade quanto à destinação de todo o descarte. Alguns condomínios já aderiram a prática benéfica ao meio ambiente. Mas, se o seu condomínio ainda não possui a coleta seletiva, confira 7 passos para ser bem-sucedido nessa tarefa.
Antes de dar início a um programa de reciclagem em condomínio, é necessário entender o conceito e absorver a filosofia do reaproveitamento. A reciclagem transforma materiais usados em novos, reaproveitando sua matéria-prima.
O que teria como destino final os aterros sanitários ganham nova utilização depois de processado. A geração de economia com ações do tipo é inevitável e, em um condomínio, o valor recuperado poderá ser revertido para investimento em manutenção e reformas, por exemplo.
Depois de entendido o conceito, é hora de levar para a reunião condominial uma proposta de mudança nas atitudes cotidianas, tanto dos moradores quanto dos funcionários, para dar a destinação correta aos resíduos selecionados.
As reuniões de entendimento e conscientização requerem apresentação dos diversos materiais para identificação imediata durante o descarte, evitando o depósito em lixeira errada.
Para que um projeto como esse dê certo, é necessário que pessoas se responsabilizem por ele, dando suporte ao síndico em sua formatação e no andamento do processo promovendo, inclusive, aproximação e melhoria da comunicação em geral.
Assim, criar um grupo no formato de comissão facilita a implantação e a execução das diversas ferramentas elaboradas. Além disso, promover treinamento do grupo é outro passo importante para maior sincronia e alcance do objetivo.
Para você, como síndico, o planejamento faz parte de um trabalho que envolve pessoas com os mais diversos perfis, que esperam esclarecimentos e prestação de contas das taxas condominiais, atividades habituais do seu dia a dia.
O mesmo não se pode afirmar das pessoas que se dispuserem a fazer parte do grupo responsável. Por isso, é importante que todas as ações tenham ponto de partida teórico e prático. Perguntas como: “Qual é o objetivo do projeto?”, “Por onde começar a coleta?”, “O que reciclar?” devem ser feitas para minimizar os riscos de dúvidas.
Para promover uma reciclagem correta e segura, as lixeiras precisam ser específicas e identificadas de acordo com o material correspondente, facilitando o processo de coleta e direcionamento do descarte.
As lixeiras são identificadas por cores e obedecem a um padrão estabelecido pelo CONAMA — Conselho Nacional do Meio Ambiente — que precisa ser seguido para facilitar a memorização e otimizar todo o trabalho de coleta. Veja a relação das cores de acordo com os resíduos:
Azul – papel e papelão;
Vermelho – plástico;
Verde – vidro;
Amarelo – metal;
Preto – madeira;
Laranja – resíduos perigosos;
Branco – resíduos ambulatoriais e de serviços de saúde;
Roxo – resíduos radioativos;
Marrom – resíduos orgânicos;
Cinza – resíduos em geral, não recicláveis, contaminados ou não, que não são possíveis de separar.
A separação do lixo auxilia em uma melhor destinação e recuperação do resíduo descartado, pois, nesse processo, é possível identificar o material para venda, o reaproveitável e o não aproveitável.
Alguns materiais orgânicos, como cascas e bagaços de frutas, legumes, verduras e cascas de ovo, podem entrar em um projeto de horta comunitária para abastecer todas as residências do condomínio e essa é uma das melhores práticas ambientais coletivas.
Esse tipo de resíduo poderá ser reutilizado como adubo em um processo chamado de compostagem — processo biológico de reaproveitamento e valorização do material orgânico, transformado em húmus, bastante rico em nutriente e contribuinte da fertilização das sementes.
A limpeza dos materiais recicláveis facilita o processo de separação e contribui para a higiene do lixo em si, afastando mosquitos e possíveis animais.
Embalagens com restos de alimentos merecem atenção especial antes do descarte. Isso vale para caixas de leite e pizza, potes de requeijão, margarina e leite condensado, entre outros.
A reciclagem depende da coleta seletiva e, assim, os centros especializados só conseguem atuar de forma eficiente se o material for selecionado e entregue corretamente para a destinação adequada.
A destinação final de cada tipo de resíduo precisa ser apropriada e o condomínio deve contar com um parceiro sério e responsável que tenha compromisso com as datas de retirada, segregação do material coletado e destinação correta, evitando qualquer tipo de problema.
Com a prática da reciclagem, o meio ambiente, o condomínio e as pessoas têm a ganhar no processo cíclico de aproveitamento de resíduos descartados. Confira alguns benefícios:
Redução de impactos nocivos ao meio ambiente
Todas as vezes que um material for reaproveitado, certamente o meio ambiente também sofrerá menos impacto. Recuperando materiais extraídos da natureza, o ecossistema torna-se mais equilibrado e sustentável.
Lucro por venda de resíduos recicláveis
O material coletado poderá ser vendido aos centros especializados em reciclagem e o valor arrecadado pode ser voltado para benfeitorias no próprio condomínio, beneficiando a todos os usuários dos espaços comuns.
Organização no descarte
Aquele lixo desordenado e depositado nas lixeiras sem critério ou padrão deixa de existir, para dar lugar a um descarte organizado por tipo de resíduos, natureza de reaproveitamento, permitindo um cenário mais limpo e higiênico.
Geração de renda para coletores
Os centros de reciclagem oferecem trabalho para coletores autônomos que executam a atividade de separação e reaproveitamento de resíduos. Ao promover uma nova rotina de coleta e seleção em seu condomínio, o material reciclado seguirá para os centros e consequentemente gerará renda para esses trabalhadores.
Você já viu que toda a ação de reciclagem em condomínio objetiva um bem comum, que ultrapassa os muros residenciais e alcança uma esfera superior de respeito ao próximo e à natureza que cada vez mais implora por socorro. Ao decidir implantar a reciclagem em condomínio, a participação de todos é fundamental e algumas precauções precisam ser tomadas para que sejam alcançados resultados positivos.