Em busca de tranquilidade e maior qualidade de vida, muitas famílias optam por morar em condomínios. Para quem tem crianças, inclusive, é uma alternativa bastante segura e que garante um estilo de vida adequado. Como síndico, portanto, é fundamental entender as questões que envolvem os menores neste ambiente coletivo.
Especialmente no período das férias escolares, é essencial tomar cuidado com alguns fatores. Cumprir obrigações e fazer com que diversos pontos sejam respeitados é o ideal para levar conforto a todos os condôminos.
A seguir, descubra o que é preciso saber sobre as crianças no edifício e quais são as precauções exigidas. Boa leitura!
As áreas comuns são espaços muito utilizados pelos pequenos, que necessitam gastar energia e gostam de sair do próprio apartamento. Para evitar acidentes e responsabilizações, o condomínio precisa contar com algumas medidas de limpeza e de proteção.
Com riscos reduzidos de ocorrências, é possível melhorar a experiência das famílias e facilitar a sua gestão como síndico. Para isso, a gestão da área comum do condomínio deve incluir os seguintes pontos:
Ainda que pareçam tranquilas, áreas como academia e sauna são muito perigosas para os menores. Imagine se uma criança entrar em uma sauna sem que ninguém veja e ficar presa, sem querer. Dependendo das configurações e do tempo, ela poderá se desidratar e até sofrer consequências mais graves.
Algo parecido acontece na academia. Curiosas que são, as crianças podem decidir correr na esteira ou levantar um peso, por exemplo. Sem compreensão do que isso pode acarretar, essas ações podem levam a acidentes, lesões e emergências.
A melhor forma de evitar tais cenários é definir regras claras e que inibam a presença dos pequenos nesses espaços. Estipule uma idade mínima adequada, como 14 ou 16 anos, para os usuários e exija o acompanhamento dos responsáveis.
Para os dias quentes das férias ou dos finais de semana, as piscinas são áreas muito desejadas pelos menores. Porém, qualquer descuido pode gerar acidentes e complicações, então, é fundamental deixar tudo preparado.
A limpeza de piscina no condomínio deve ser feita de modo regular, como por meio do tratamento de água e retirada de sujeira do entorno. Estabelecer regras como tomar uma ducha antes de mergulhar e não levar comida para a área também ajuda a manter a limpeza.
Além disso, é importante contar com piso antiderrapante e com grade que restrinja o acesso. Assim, os pequenos só poderão entrar na piscina se estiverem acompanhados, o que fortalece a segurança.
Se o playground tiver brinquedos enferrujados ou com a madeira apodrecida, o condomínio será responsabilizado pelos acidentes decorrentes. Logo, é fundamental que a área esteja sempre conservada e segura.
Verifique o estado dos equipamentos e faça a manutenção preventiva com frequência. Se for necessário, troque os brinquedos por alternativas novas e seguras. O chão também deve estar limpo e livre de materiais que gerem escorregões, por exemplo.
Não se esqueça de isolar elementos pontiagudos ou cortantes e tornar a área adequada para as crianças de todas as idades.
As escadas são ambientes muito perigosos para crianças, especialmente, se elas estiverem correndo ou voltando da piscina. Uma queda de muitos degraus pode ser até fatal, então, é preciso se prevenir.
O corrimão deve ser bem estruturado e a área tem que ser iluminada. Além de tudo, o Corpo de Bombeiros recomenda instalar faixas antiderrapantes nos degraus. Com essas medidas, as chances de acidentes serão reduzidas e todos ficarão protegidos.
Em prédios altos, o elevador é a escolha perfeita para garantir conforto e praticidade. Apesar de ser um equipamento seguro, ele só é indicado para adultos. Uma criança pode ficar presa nele e sofrer com algum efeito emocional, como uma crise de pânico ou de asma. Para piorar, os pequenos também podem cair na fenda entre o elevador e o piso.
Para que nada disso aconteça, determine que nenhuma criança pode acessar o elevador se não estiver acompanhada dos responsáveis. Assim, há um risco reduzido quanto aos acidentes e uma experiência otimizada para os menores.
Especialmente durante as férias, é muito comum que as crianças chamem amigos para participarem das brincadeiras. Apesar de ser uma prática frequente e inocente, ela esconde um perigo: o acesso de pessoas não autorizadas.
Em uma dessas oportunidades, uma pessoa mal-intencionada pode entrar no condomínio e causar grandes problemas. Portanto, defina como acontecerá o controle de acesso para garantir a proteção de todos. A seguir, veja quais são os pontos que devem ser observados:
Quando o filho de um condômino chama os amigos da escola para visitarem seu apartamento, o condomínio receberá visitantes sazonais. Muitas vezes, os convidados aparecem apenas alguns dias por ano, então, não devem estar na lista fixa de acesso. Para contornar a situação, o ideal é ter uma relação com todos os visitantes do período, como nas férias.
Solicite que os responsáveis informem com antecedência quem são as pessoas que acessarão o prédio, com nome e outros elementos de identificação. Assim, quando alguém chegar à portaria, o zelador terá seu trabalho facilitado.
Contudo, não basta ter o nome na lista de visitantes autorizados. Permitir a entrada automática expõe o condomínio a riscos desnecessários, então, é fundamental fazer uma confirmação das visitas sempre que ocorrerem.
O porteiro deve ligar para os pais ou responsáveis do pequeno e ter a certeza de que as pessoas estão autorizadas a acessar o espaço em determinado momento. Essa etapa traz uma proteção extra e gera conforto até para quem receberá os convidados.
Nas férias, muitos convidados são chamados para a piscina. Porém, várias outras famílias também pretendem utilizar o espaço, que tem uma capacidade bem definida. O mesmo vale para o salão de festas e até para o playground, afinal, não é possível permitir que o ambiente fique lotado.
Se o prédio tem muitas crianças, o ideal é limitar o número de visitantes. Dependendo da capacidade de cada área, possibilite que cada uma receba apenas de 3 a 5 convidados de cada vez, por exemplo. Fazendo isso, é possível garantir o conforto dos moradores e assegurar que todos recebam seus amigos.
Em outras situações, é melhor organizar um rodízio de acesso. As crianças em condomínio podem convidar grupos grandes para um aniversário, comemoração ou em datas pontuais. Como não é algo que acontece sempre, a rotatividade de visitantes pode ajudar.
Defina, por exemplo, quando cada torre ou bloco poderá acessar determinadas áreas ou qual é a recomendação de visitantes, dentro de um esquema que está em constante movimento. Assim, as pessoas podem receber mais convidados, sem sobrecarregar o local.
O controle de acesso não serve apenas de dentro para fora, mas também pode ser adotado nas áreas comuns do condomínio. Como você já viu, as crianças não devem frequentar certos espaços, como a academia.
Apenas estipular a regra não é o suficiente, então, é válido criar mecanismos que impeçam o acesso não autorizado. É possível utilizar sistemas de cartões, senhas ou até de biometria, de modo a assegurar o isolamento desses pontos.
Frequentemente, os condôminos acham que é dever da gestão do empreendimento dar conta das crianças que ali residem. Contudo, a verdade é que são os pais ou guardiões que assumem o papel.
Para garantir uma boa convivência e estabelecer a proteção em vários aspectos, os pais devem estar envolvidos no processo, em todos os sentidos. Para entender melhor, veja quais são as responsabilidades atribuídas a eles:
Imagine que uma criança corre na quadra poliesportiva e se machuca. Como consequência, precisa ir até o médico e até tomar alguns medicamentos. Se a quadra estava limpa e dentro das condições ideais, o condomínio não é considerado culpado de nenhuma maneira.
Isso serve para todos os outros quadros, pois é obrigação dos responsáveis manter a segurança e a integridade dos pequenos. A menos que haja negligência da administração na limpeza ou na proteção, os pais é que devem assumir essa função.
É muito frequente os pais acharem que as áreas comuns do condomínio são uma extensão da própria casa. Contudo, esses espaços também têm regras e o acompanhamento dos responsáveis é essencial.
Do contrário, pode acontecer de uma criança decidir pintar as paredes dos corredores ou estragar o capacho de um dos vizinhos, por exemplo. A depreciação do patrimônio deve ser evitada e é exigido que os pais se envolvam na tarefa. Desse modo, o uso dos ambientes não acarretará prejuízos para nenhuma das partes.
Para evitar barulho em excesso e até para que tudo seja limpo conforme o planejado, as áreas comuns têm horários limitados de uso. Se a piscina ficasse aberta 24 horas, seria impossível conferir a ação de produtos para que ela estivesse limpa no dia seguinte. Já um playground que funciona até altas horas da noite atrapalha o descanso de quem chega em casa depois do trabalho.
Ainda assim, muitas crianças não respeitam os horários — principalmente, por não conhecerem as regras específicas. Não é papel do síndico ou do zelador retirar os pequenos, e sim dos pais. Os responsáveis devem se preocupar em garantir que o tempo não seja ultrapassado para não prejudicar a experiência de ninguém.
Uma das reclamações mais comuns dos condôminos é em relação ao barulho. Ambientes muito movimentados impedem o descanso e o sono, por exemplo, o que leva a queixas frequentes.
O barulho em condomínio causado por crianças precisa ser manejado pelos pais e isso vale para todos os casos. Os pequenos não devem se exceder em gritos ou movimentos barulhentos nem dentro nem fora de casa. Já se a família tem um cachorro em condomínio, é essencial que o nível de ruídos seja igualmente administrado, especialmente, quando o menor brinca com o animal.
Todas essas são normas típicas para a maioria dos espaços residenciais. No entanto, cada condomínio tem seu próprio conjunto de determinações, que deve ser cumprido na íntegra — até pelos menores. Para tanto, os responsáveis devem assumir o papel para que os pequenos também obedeçam a esses pontos.
Algumas regras incluem não correr nas áreas comuns, não se aglomerar e nem usar trajes de banho no elevador social, por exemplo. Outras normas devem ser conhecidas e respeitadas, de modo a evitar desconfortos.
Depois de conhecer as obrigações dos responsáveis, é fundamental descobrir quais são as responsabilidades do síndico. Como principal gestor — inclusive, da convivência —, há a necessidade de atender a certas orientações.
Reconhecer o próprio papel é fundamental para direcionar os seus esforços e garantir, acima de tudo, que todos estejam satisfeitos com a administração. Em relação às crianças em condomínio, o síndico tem as seguintes obrigações:
Por mais que o bom senso seja um componente importante para a convivência harmoniosa nesses espaços, não dá para depender apenas desse aspecto. É preciso criar normas que possam ser seguidas por todos, de forma prática.
Avalie quais são as disposições do regulamento interno e determine quais são as regras de convívio e de utilização dos ambientes comuns. Sobretudo, esteja atento para que todos entendam as obrigações e para que elas se apliquem de forma extensiva — não só aos jovens. Isso trará um senso de justiça e aumentarão as chances de que todos cumpram as obrigatoriedades.
Depois de criar as regras, é imprescindível que elas sejam seguidas. Para tanto, o síndico deve fazer um acompanhamento das situações. Se uma criança estiver desacompanhada no elevador, por exemplo, os pais precisam receber a advertência e a punição que são cabíveis para esse caso.
No caso de ocorrências graves, como o comprometimento de um patrimônio, o síndico deve exigir o ressarcimento dos responsáveis. Essa aplicação de sanções é crucial para que as regras tenham efeito e para que os outros condôminos não se sintam prejudicados.
Problemas recorrentes podem ser resolvidos em assembleia, como mediante a aprovação de aplicação de uma multa maior. Ao assumir o controle dos fatos, haverá maior colaboração por parte de todos os envolvidos.
A limpeza e a segurança das áreas comuns são determinantes para evitar acidentes e ocorrências com as crianças em condomínio. Portanto, é responsabilidade do síndico garantir que os ambientes de uso coletivo estejam bem cuidados e adequados para que os pequenos possam utilizar com segurança.
Já as áreas que não devem ser acessadas têm que contar com proteção extra, como grades e fechaduras especiais. Essas medidas fazem com que as regras sejam cumpridas em todos os aspectos, de modo a prevenir exceções e riscos desnecessários. Dessa forma, a gestão terá feito o possível para eliminar situações de alto risco.
Na maioria das vezes, os pais são os únicos responsáveis pela integridade dos pequenos. Contudo, se o condomínio conta com um profissional dedicado à função, passa a ser sua obrigação garantir a segurança dos menores.
Se a piscina contar com salva-vidas, por exemplo, quaisquer acidentes dentro do período de atuação do profissional são de responsabilidade do condomínio. O mesmo vale para recreadores infantis e outros profissionais que lidam com o público de menos idade.
Portanto, a contratação precisa ser realizada com cuidado e atenção para evitar dores de cabeça no futuro. Escolha sempre pessoas capacitadas para a função a ser desempenhada e faça avaliações da atuação para diminuir as chances de responsabilização.
Como muitas crianças circulam sem acompanhantes nos condomínios, é comum achar que o problema deve ser resolvido com elas. Entretanto, nem o síndico nem o zelador ou porteiro podem dar orientações ou ordens aos pequenos.
É obrigação do síndico comunicar o ocorrido apenas aos pais e responsáveis, cobrando deles uma posição. Isso garante a efetividade da mensagem e, principalmente, evita reclamações como de destrato às crianças.
Depois de considerar todos esses aspectos, é o momento de pensar em quais serão as regras que garantirão uma boa convivência. Os pequenos devem poder aproveitar os espaços enquanto se divertem, mas isso não pode significar incômodo para quem não tem filhos.
Para lidar com a situação, em especial, na época das férias, veja algumas normas de boa convivência para crianças em condomínio:
A melhor forma de evitar conflitos é falar com os pais ou responsáveis de maneira prévia. Assim que uma nova família chegar ao prédio, por exemplo, demonstre quais são as determinações específicas, como os horários de utilização dos espaços ou o nível permitido de barulho.
Para quem já for morador, reforce as regras, como nas assembleias ou em canais de comunicação. Quando o período de férias se aproximar, já esclareça aos responsáveis as condutas necessárias para evitar que a fase seja sinônimo de transtorno.
Em todas as épocas do ano, é fundamental demonstrar que as áreas comuns se tornam muito mais seguras quando os menores estão acompanhados. Mesmo com os esforços da gestão, um pequeno ainda pode se machucar se estiver sem supervisão em um espaço.
Converse com os responsáveis e destaque como é importante para eles que as crianças sejam sempre supervisionadas. Isso diminuirá o número de ocorrências e, principalmente, deixará todas as famílias mais tranquilas.
A fase de férias é atípica e acontece apenas duas vezes por ano. Para que as crianças possam aproveitar ao máximo os espaços sem causar transtornos é válido pensar em tornar as regras mais flexíveis nesses momentos.
Se o condomínio não permite andar de bicicleta, patins ou patinete nos dias normais, as férias podem ser uma exceção, em períodos de menor movimento. Também dá para considerar estender o tempo de permanência nas áreas comuns ou mesmo permitir que elas abram mais cedo. Independentemente da concessão, lembre-se de que todas as decisões têm que ser tomadas pela maioria, para que ninguém se sinta prejudicado pelas mudanças.
Uma das melhores maneiras de garantir a boa convivência com crianças em condomínio é centralizá-las em pontos específicos. Se todos ficarem em determinados espaços, é mais fácil controlar e evitar problemas.
Reorganize o playground e pense até em criar decorações temáticas. Se os pais puderem ajudar, fica mais simples deixar o ambiente divertido e agradável para todos que o frequentam. Muitas vezes, nem é necessário gastar muito dinheiro, pois alterações simples já fazem diferença para os mais jovens.
Também é interessante elaborar brincadeiras e estabelecer um calendário especial de ações. É possível pensar em contratar um recreador infantil para determinados dias ou aprimorar o espaço no playground. Para todo o ano, vale criar uma biblioteca com doações dos próprios pais e até oferecer jogos de tabuleiros, que diminuem os riscos de ocorrências indesejadas.
Mais uma vez, essas medidas têm que ser aprovadas pela assembleia, especialmente, se exigirem algum tipo de investimento. Como resultado, os pequenos se divertem ainda mais e conseguem conter toda a empolgação em outras áreas.
Com os cuidados certos com as crianças em condomínios, é possível aperfeiçoar a convivência e a qualidade de vida de todos. Não se esqueça de considerar as responsabilidades dos pais e do síndico e comece a implantar as mudanças para um convívio melhor!
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