O convívio em sociedade é um desafio para os condomínios, e nem sempre este, é algo fácil ou pacífico. Controvérsias podem ser causadas por diversos fatores, como o respeito às regras impostas no Regulamento Interno, os limites definidos em assembleias, e conflitos de interesse entre os condôminos.
Os atritos, e suas razões, podem ser inúmeros, fumaça de cigarro, barulhos, infiltrações, vagas de garagem, animais no condomínio, crianças sozinhas em áreas comuns, consumo de drogas dentro das unidades, são apenas alguns exemplos dos temas que mais causam discórdia nos condomínios. E, apesar de não ser uma tarefa fácil, é papel do síndico mediar situações que causam insatisfação dos condôminos, sendo necessário intervir no momento certo e colocar em prática as regras estabelecidas.
Para isso, é necessário jogo de cintura e muito diálogo transparente. Confira cinco dicas que podem ajudar nessa difícil tarefa que é ser síndico:
Estimule a comunicação
Para uma mediação de conflitos eficaz, é fundamental implantar espaços de diálogos sobre os problemas de convivência, para a melhorar a qualidade das relações. Muitos síndicos adotam o livro de ocorrências como principal canal para registro de reclamações, porém, criar novos canais, utilizando da tecnologia (e-mails e aplicativos), pode ser uma boa alternativa, para agilizar o processo e a resolução do problema. Além disso, a denúncia anônima é outra opção que pode ser feita através de fichas depositadas em uma caixa fechada. Assim, o morador que se sinta desconfortável para denunciar uma situação que não o agrada, terá mais segurança para realizar.
Regras claras e objetivas
Quando todos os condôminos possuem ciência das regras e normas do condomínio, muitas situações desagradáveis podem ser evitadas. São elas que fundamentam a boa convivência dos moradores, e ter acesso a essas regras é direito e dever de todos que habitam em um condomínio. Além das determinações definidas na Convenção e no Regulamento Interno, existem casos que podem ser enquadrados na legislação federal, estadual e municipal. Como questões envolvendo brigas de casais, consumo de entorpecentes e consumo de cigarro em ambientes fechados. Deixar claro todos esses pontos, pode minimizar os atritos e melhorar a convivência. Para isso, o uso da tecnologia pode ajudar, uma vez que, atualmente, existem aplicativos que disponibilizam o Regulamento Interno e a Convenção para todos os condôminos.
Acessibilidade e imparcialidade
O síndico precisa ser acessível para os condôminos. Forneça contatos como e-mail e telefone, para um diálogo mais próximo e mais eficiente. Estabeleça horários para atender os moradores, e mostre-se aberto e transparente para gerir o local e garantir a tranquilidade e harmonia do local. Lembre-se que é importante ouvir os dois lados da história, antes de tomar alguma decisão. Uma vez que a imparcialidade é fundamental para mediar o conflito da melhor maneira possível. A falta de parcialidade pode gerar mais transtornos e tornar a situação mais tensa e incontrolável.
Polícia e justiça
Em situações mais extremas, é possível que uma das partes envolvidas perca o controle e transforme o problema em casos em que a atuação e a segurança do síndico possam ficar comprometidas. Em casos onde o diálogo e as tentativas de mediação não se mostraram eficazes, como em casos de agressões físicas ou consumo de drogas, é indicado que o síndico acione a polícia e posteriormente, se necessário, a justiça comum, para a resolução do problema. A vantagem desta ação, é que, o que ficar decidido pelas autoridades, deverá ser acatado pelos envolvidos.
As motivações dos conflitos em condomínios são as mais diversas, sempre englobando temas sensíveis, por isso é necessário que o síndico seja um gestor de crises, e lembre-se sempre que, sua principal tarefa é gerir pessoas, assim as chances de conseguir evitar problemas maiores aumentam.
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